segunda-feira, 19 de abril de 2010

I – CHAMADOS PARA SANTIFICAÇÃO


     I – CHAMADOS PARA SANTIFICAÇÃO
    
     I Tes 4:1-12
     PROGRESSÃO CONTÍNUA (4:1-2). Ao ouvir o evangelho de Cristo e ao recebê-lo como a palavra de Deus e não como a dos homens (1 Tes 2:13), os tessalonicenses aprenderam a maneira pela qual deviam viver e agradar a Deus (4:1). O evangelho revela "a justiça de Deus", ou seja, tudo aquilo que Deus julga necessário que saibamos, a fim de vivermos vidas que lhe sejam agradáveis e que levem à vida eterna (Rom 1:16-17; 2 Pe 1:3-4). Estes irmãos foram "inteirados" nas instruções do Senhor Jesus (4:2; Mat 28:18-20), e precisavam continuar "progredindo cada vez mais" (4:1). A vida cristã não é o resultado do mero conhecimento da vontade de Deus, e sim da prática desta vontade (Tg 1:22-25).

     DA SANTIFICAÇÃO (4:3-8). O ensino do evangelho visa a vontade de Deus para nos santificar (4:3; 1 Pe 2:4-5, 9-10). "Santificar" (e assim, "santo," "santidade," etc.) literalmente quer dizer "separar", e significa que Deus, pelo evangelho, separa do mundo para salvação as pessoas que lhe obedecem (Hb 5:9; 2 Tes 2:13-14; 1 Pe 1:14-16). Quem é santo se disciplinará na vontade de Deus em todos os aspectos da sua vida. A ordem de Deus é que o cristão não participe de prostituição, ou seja, relações antes de casar ou com quem não é seu cônjuge (4:3).

     Estas não são meras recomendações de Paulo baseadas na ética ou na moralidade, e sim são mandamentos de Deus, visando a disciplina e a santidade do corpo e da mente, pois até "o desejo de lascívia" não cabe a pessoas que conhecem a Deus (4:4-5). O cristão se afastará da sensualidade do mundo, sabendo que Deus vai julgar toda impureza, quer seja pública, quer seja em particular (4:6-8; Hb 4:12-13).

     DO AMOR FRATERNO (4:9-12). Nunca é possível amar demais, e mesmo que os irmãos já fossem instruídos e estivessem fazendo bem na prática do amor fraternal, Paulo achou necessário exortá-los a progredir (4:9-10). Ele lhes deu exemplos de como aplicar o amor em suas vidas: vivendo sua própria vida de maneira que não perturbassem a outros (Rm 12:17-18, 13:13-14), e trabalhando para suprir as suas necessidades e as de outras pessoas (Ef 4:28), para que não viessem a ser um peso a ninguém (4:11-12).

    DA PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO - Jeremias profetizou nos anos imediatamente anteriores à destruição de Jerusalém, capital de Judá. Os apelos dele foram algumas das últimas tentativas de Deus a resgatar seu povo do castigo. Houve muitos motivos para puní-lo, principalmente a constante idolatria de Judá. As pessoas de Judá esqueceram de Deus e praticaram todo tipo de imoralidade e injustiça. Não houve mais amor e compaixão. O pecado dominou o povo, desde os reis e sacerdotes até as pessoas comuns (Jr 1:18; 2:8).
     Jeremias deixou bem claro que o problema não era meramente de erros externos. Como é sempre o caso, o pecado externo tem raízes internas. Jesus, 600 anos depois, ensinou a mesma coisa: "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem" (Mc 7:21-23). No sermão do monte, Jesus repetidamente foi atrás do pecado visível para o cortar pela raiz no coração (Mat 5-7).
     Qual a solução ao problema de pensamentos errados que nos levam a outros pecados?    
     Jeremias pregou que é necessário limpar o coração, não deixando mais lugar para o pecado: "Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva! Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?" (Jer 4:14).
     O problema de pensamentos errados continua, e a solução ainda é a mesma. Paulo disse que estamos numa batalha espiritual para levar "cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Cor 10:5).
     O pecado continua se hospedando no seu coração? Está na hora de expulsá-lo de casa, se submetendo à vontade de Cristo.

II - A SANTIDADE DE DEUS


     "SANTO, SANTO, SANTO é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória" (Is 6:3). Com estas palavras, os serafins louvaram a Deus por sua perfeita santidade. 800 anos depois, João viu, numa visão semelhante, os quatro seres viventes proclamando: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso" (Ap 4:8). Talvez a única outra característica de Deus que tem a mesma importância de sua santidade seja seu amor (1 Jo 4:8). De Gênesis ao Apocalipse, as Escrituras enfatizam a santidade de Deus. É um aspecto de sua natureza que nós devemos estudar muito e freqüentemente.

O SIGNIFICADO DA PALAVRA "SANTO"


     Santo quer dizer "separado". Deus é separado de nós em dois sentidos. Primeiro, ele é o Criador e nós somos suas criaturas.
     * Ana louvou o Deus único, porque "É o que tira a vida e a dá" (1 Sam 2:2,6).
     * Esta diferença excede nossa imaginação. Como Criador, ele está acima de todos os povos (Sl 99:1-3).
     * Isaías fala da grandeza de Deus em relação à criação. Ele é "o eterno Deus, o SENHOR, o Criador..." (Is 40:28).
     No mesmo capítulo, Deus desafia suas criaturas com estas palavras: "A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? - diz o Santo" (Is 40:25).
     A conclusão importante de Isaías é que as criaturas não são nada em comparação com o Criador: "Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta. Nem todo o Líbano basta para queimar, nem os seus animais, para um holocausto. Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo. Com que comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele?" (Is 40:15-18). Deus é separado de nós porque ele nos criou do nada.
     O segundo sentido em que Deus é santo trata de sua relação com o pecado. Ele é puro e certo, acima de todo pecado e toda maldade. Por esse motivo, ele é separado dos homens pecadores. "Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao SENHOR, porquanto é Deus santo, Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados. Se deixardes o SENHOR e servirdes a deuses estranhos, então, se voltará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito bem" (Jos 24:19-20). Deus é separado de nós porque ele nos criou com livre arbítrio, e nós decidimos pecar. Deus nos convida a ser santos, livres do pecado, pela graça e pelo amor dele (1 Pe 1:15-16).

DEUS É SANTO


     A santidade é uma qualidade central de Deus. Ele não apenas decide o que é certo; ele mesmo é certo!
     Por exemplo, é impossível que Deus minta (Hb 6:18). Eliú entendeu esse fato quando disse: "...longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer injustiça" (Jó 34:10).
    Deus ama a justiça. Salmo 24 mostra que Deus aceita os puros e justos. Pela santa natureza dele, não há outra possibilidade. "Porque a palavra do SENHOR é reta, e todo o seu proceder é fiel. Ele ama a justiça e o direito; a terra está cheia da bondade do SENHOR" (Sl 33:4-5). Da mesma forma que ele ama os justos, ele rejeita a iniqüidade e os malfeitores. As palavras de Salmo 5:4-5 são claras e até duras: "Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniqüidade." Quando Habacuque procurou entender os atos de Deus, ele baseou sua pergunta na justiça de Deus: "Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar..." (Hab 1:13).
     Porque Deus é santo, ele usa linguagem revoltante para descrever o pecado. Ele diz que idolatria é "coisa abominável que aborreço" (Jr 44:4). Ele compara o pecado ao lamaçal no qual a porca se revolve e ao vômito que o cachorro lambe (2 Pe 2:22). Nas Escrituras, não se pode separar o pecado da morte e da corrupção de decomposição que associamos com a morte. Se tais imagens nos enjoam, é porque o pecado é nojento para Deus.

A SANTIDADE DE DEUS É REVELADA NA SUA PALAVRA


     O homem aprende discernir entre o bem e o mal através da revelação de Deus (Isaías 1:16-17; 2:3). Nas Escrituras, o Espírito Santo tem revelado para nós as coisas de Deus para que possamos desenvolver a mente de Cristo (1 Cor 2:10-16). É importantíssimo entender que a desobediência a qualquer mandamento que Deus tem nos dado é ofensa contra a própria pessoa dele. Pense nesse fato na próxima ocasião que você enfrenta a tentação de deixar de lado algum mandamento do Senhor, dizendo que "Deus não se importa com isso". Ele se importou em falar. Ele se importou em manifestar-se na carne para ensinar e para morrer. Ele se importou em enviar os apóstolos ao mundo.
     O pecado é desobediência da vontade de Deus (Sal 51:4; 1 Jo 3:4). Qualquer pecado, o menor que seja nas opiniões dos homens, é traição e ingratidão em relação ao nosso Criador. Jesus disse que o amor a ele exige obediência aos seus mandamentos (Jo 14:15). O Pai havia falado a mesma coisa quase 1500 anos antes (Êx 20:6).

A SANTIDADE DE DEUS É REVELADA NA SUA IRA


     Encontramos nas Escrituras diversas ocasiões em que Deus mostrou sua ira contra pecadores. Considere alguns exemplos. "Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a erva seca se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel. Por isso, se acende a ira do SENHOR contra o seu povo, povo contra o qual estende a mão e o fere, de modo que tremem os montes e os seus cadáveres são como monturo no meio das ruas. Com tudo isto não se aplaca a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão." (Is 5:24-25). Na mesma época, Deus explicou o castigo do povo desobediente: "O SENHOR advertiu a Israel e a Judá por intermédio de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Voltai-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, segundo toda a Lei que prescrevi a vossos pais e que vos enviei por intermédio dos meus servos, os profetas.... e venderam-se para fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocarem à ira. Pelo que o SENHOR muito se indignou contra Israel e o afastou da sua presença; e nada mais ficou, senão a tribo de Judá" (2 Re 17:13,17-18). Estas conseqüências do pecado foram previstas por Samuel no início do reino de Israel, 300 anos antes de Isaías. Samuel disse: "Se, porém, não derdes ouvidos à voz do SENHOR, mas, antes, fordes rebeldes ao seu mandado, a mão do SENHOR será contra vós outros, como o foi contra vossos pais" (1 Sm 12:15).
     Às vezes, pessoas descartam tais exemplos da ira de Deus, sugerindo que o Deus do Velho Testamento é diferente do que o do Novo Testamento. Enquanto a aliança realmente mudou, o Deus que nos governa é o mesmo. A santidade dele não diminuiu, e ele continua rejeitando pecado e pecadores. O Novo Testamento nos assegura que Deus ainda responde ao pecado com ira. Romanos 11:22 diz: "Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado." O livro de Hebreus diz que Deus é até mais severo hoje do que na época da antiga aliança (Hb 2:2-3). Depois, ele reafirma este fato: "Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb 10:28-31). A ira de Deus é inseparável de sua santidade. Se Deus aceitasse o pecado, ele não seria santo.

LIÇÕES PRÁTICAS DA SANTIFICAÇÃO


     Quando meditamos sobre a santidade de Deus, ficamos mais fortes e mais determinados a viver livres do pecado. Considere três aplicações que devemos fazer no nosso dia-a-dia:
      Precisamos entender melhor a gravidade do pecado. Não é brincadeira. Não é pequena coisa. Não existe "pecadinho". Nós precisamos aprender como detestar o pecado com o mesmo zelo que Deus demonstra (Nm 25:6-8,11; Jr 48:10).
       Devemos valorizar mais o amor profundo de Deus em nos salvar do pecado, e viver como povo grato (Tt 2:11-14; 3:4-7).
        As pessoas já salvas naturalmente sentirão o desejo de compartilhar as boas novas com outras pessoas (Rm 9:1-3; 10:1). Este importante trabalho não será feito por grandes projetos humanos nem à base de obrigação. A pessoa que medita todos os dias na santidade de Deus, que agradece pela graça de Deus na sua própria vida, que aprende odiar o pecado como o Santo Deus o odeia, vai evangelizar sem ninguém pedir. Se você não sente a vontade de ensinar outros, é porque você não valoriza a santidade de Deus, e não acredita na profundidade do pecado do homem.

NOSSO MAIOR DESAFIO


     Nós fomos criados à imagem do Santo Deus, e desafiados a imitar o caráter dele. Tanto no Velho Testamento (Lv 11:45) como nos dias de hoje, a santidade é o alvo de todos os servos de Deus. Paulo nos encoraja: "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Cor 7:1).

EM BUSCA DE VIDA DE SANTIDADE


     II Pe 1:1-21 - Algumas vezes é necessário sermos lembrados de coisas que já sabemos. O apóstolo Pedro reconheceu este fato e escreveu sua segunda epístola com este propósito em mente (1:12-15). Referindo-se ao seu corpo como um "TABERNÁCULO", uma morada temporária, ele previu sua morte próxima e desejou lembrar seus leitores da necessidade do crescimento espiritual.
     Pedro começa sua segunda epístola observando o glorioso privilégio que foi dado aos cristãos. Através das preciosas promessas que Deus tem nos feito, podemos tornar-nos participantes da divina natureza, no sentido em que podemos ser santos como ele é santo, livres da corrupção do pecado (1:4). Deus chama os homens através do evangelho para participarem de sua própria glória e virtude (1:3; 2 Tes 2:13-15). Através deste poder divino e nosso entendimento de sua revelação, Deus providenciou tudo o que o homem precisa para sua vida espiritual e santidade (1:3). O comentário de Pedro se harmoniza bem com a promessa de Jesus aos seus apóstolos que o Espírito Santo os guiaria em toda a verdade (Jo 16:13).
     Em vista das providências que Deus tem tomado para abençoar-nos espiritualmente, qual deveria ser nossa resposta? Pedro observa que precisamos empenhar-nos com diligência para crescer em caráter, mencionando sete qualidades que devemos acrescentar a nossa fé (1:5-7). Se acrescentarmos estas qualidades, não seremos infrutíferos e poderemos confirmar nosso chamado e eleição por Deus (1:8,10). Por tal crescimento espiritual, podemos estar seguros de nossa entrada no próprio céu (1:11). O cristão que não se aplica em desenvolver estas qualidades é espiritualmente cego, tendo esquecido o quanto Deus já tem feito por ele no perdão dos seus pecados (1:9).
     Pedro afirma que seu ensinamento a respeito do poder e da vinda do Senhor não derivou de fábulas que ele havia inventado, mas que era testemunha ocular da majestade de Cristo (1:16). Ele tinha em mente a ocasião quando Jesus foi transfigurado, um acontecimento ao qual ele esteve presente para testemunhar a glória do Senhor (1:17; Mat l7:1-8). Em acréscimo ao testemunho ocular dos apóstolos, as profecias do Velho Testamento também afirmaram a glória e o poder do Senhor. Estas profecias não se originaram da vontade humana, antes os profetas falaram como foram movidos pelo Espirito Santo (1:19-21).

O QUE É SER SANTO

     Teríamos os cristãos se tornado fracos em nossa postura a respeito de santidade? Jamais parece ter sido dito muito sobre isso. Quantos sentem como se estivessem vivendo vidas santas? Pergunte-se a alguém sobre o nível de santidade em sua vida e pode-se ficar surpreso pela resposta recebida. Os cristãos negligenciam a santidade? Pode ser que sim, pode ser que não, mas a santidade ainda merece investigação. Afinal, Deus disse, tanto no Velho como no Novo Testamento, "Santos sereis, porque eu, o Senhor, sou santo" (Lev 19:2; 1 Pe 1:16). O Velho Testamento é um bom lugar para começar. Comecemos respondendo a um par de perguntas. Primeiro, o que é "santo"? E então, qual é a fonte de santidade?
     O que é "santo"? Comecemos pela origem do significado. O termo hebraico para santo provavelmente partiu de um conceito primitivo de separação ou remoção do sagrado do profano. Deus tomou a palavra e usou-a para descrever muitas coisas e atividades separadas para adoração. O termo para santo é encontrado predominantemente em sentido religioso e usualmente contém um significado fundamental de "separado", ou "fora" do uso comum. O uso do termo santo foi habitualmente restrito pelas regras cerimoniais ou limitado a certo povo (Israel, sacerdotes), lugares (tabernáculo), coisas (altares), ou tempos (sábado). O termo oposto a santo é "impuro" ou "profano" (Lev 10:10).
     Qadash, o termo para santo no Velho Testamento, é usado mais de 600 vezes, de muitos modos. Muitas vezes é usado para nomear alguma coisa a ser separada; o santo lugar, por exemplo (Êx 28:43; 29:30), era separado dos lugares comuns para propósitos de adoração. Outras vezes é usado para descrever uma característica. O nome de Deus é literalmente expresso "meu santo nome" (Lev 20:3; 22:2). Sião é, às vezes, chamado o "santo monte" (Sal 2:6). Freqüentemente, o termo é usado como verbo. "Santificar" uma coisa é "consagrá-la", ou separá-la do comum. Deus "santificou" o altar (Êx 29:29), o Templo (1 Re 8:64), pessoas (Êx 19:10, 14) e lugares (Êx 19:23). Em poucos casos a santidade é transmissível a outros objetos (Êx 29:37; 30:29; Lev 6:27) mas na maioria dos casos somente a impureza é transmissível e poluente para o que é santo (Ag 2:12-13). Os objetos santos são muito numerosos para serem nomeados aqui mas, para dar uma idéia, o TABERNÁCULO (ou mais tarde o Templo) e todos os artigos envolvidos na adoração, as pessoas que executavam a adoração, a terra em volta do TABERNÁCULO e a nação inteira de Israel eram considerados santos.
     O Velho Testamento usa o termo santo para descrever algo que é separado de coisas comuns, impuras, contaminadas, do vício e da idolatria, e conseqüentemente se torna um antônimo para tais coisas. Ele descreve todas as pessoas, lugares, coisas e tempos de algum modo associados com Deus e sua adoração. Se um tal artigo de algum modo se tornasse impuro, tinha que ser limpo novamente com sacrifício de sangue. Skinner descreve o significado de santidade dizendo que santidade, "... em resumo, expressa uma relação que consiste negativamente em separação do uso comum, e positivamente em dedicação ao serviço de Jeová".

FONTE DE SANTIDADE

     Deus disse aos israelitas, "Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos consagrareis, e sereis santos, porque eu sou santo" (Lev 11:44). Santidade não é um atributo de Deus, mas sua natureza essencial (Espírito Santo). Santidade se refere a Deus e ou aquilo feito santo por ele e portanto nenhuma santidade existe fora dele. "Santo" indica a própria separação de Deus da impureza ou pecado em sua perfeição de ser. Coisas que eram inerentemente limpas poderiam tornar-se santas ao serem dedicadas a Deus e seu serviço, tanto por Deus como por uma cerimônia estabelecida por ele. Somente Deus tem poder e autoridade para tornar santos e purificar coisas contaminadas pela impureza. Portanto, toda santidade vem de Deus.
     O termo santo descreve aquelas coisas separadas do que é comum ou impuro, e sua fonte é Deus. Mas isso é apenas o começo. Pedro citou "Sede santos porque eu sou santo" no Novo Testamento (1 Pe 1:16), mas a idéia não é nada nova. Deus indicou logo no início que ele esperava que as pessoas de todas as idades fossem santas. Um autor comenta o relato da criação em Gên 1:26 e observa, "Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ser à imagem de Deus significa, entre outras coisas, que fomos feitos para espelhar e refletir o caráter de Deus. Fomos criados para luzir para o mundo a santidade de Deus. Este era a principal finalidade do homem, a verdadeira razão para sua existência". O sábio Rei Salomão escreveu, "Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" (Ecl 7:29). Fomos criados à sua imagem, mas onde estamos agora? A citação de Pedro ainda permanece verdadeira como afirmação. Somos separados em Cristo. Mas como mandamento, podemos dizer que seguimos tudo isso estritamente? Examinemos nossas vidas e vejamos se espelhamos a santidade de Deus.







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